"E se..."

Uma das grandes curtições dos jornalistas é o Pretérito Imperfeito. O famoso "E se tivesse acontecido?". Por exemplo. E se Senna não tivesse morrido na Tamburello? E se Schumacher tivesse que abandonar a carreira naquele acidente em Silverstone, em 1999? E se Hill tivesse chegado ao fim do GP da Austrália de 1994?

Pois bem. O grande barato das redações –além de picotar e traduzir os Press Releases-, é justamente esse. E Worstlap não é diferente. O “Grand Finale” desta temporada, em que três pilotos tem chances de colocar o nome na história aqui em Interlagos, alimenta a imaginação do editor, de Toninho Pizza e equipe. Eles já sonham com aquela vaguinha no Cingapura da Cidade Ademar, ali do ladinho do Café, degustando um churrascão de gato e vendo a história acontecer frente aos seus olhos.

Uma das grandes mudanças da Fórmula 1 dos últimos anos foi a alteração do sistema de pontuação. Até 1990, premiava-se o vencedor com nove pontos. Então acharam que o Prost ganhava muito campeonato sem vencer provas, e, em 1991, mudaram o sistema para dar dez pontos (ou “DEISH!” como diria o locutor do carnaval – o editor) para o vencedor.

Depois, em 2002, resolveram mudar de novo, para dificultar a vida de Michael Schumacher, que ganhava todas as provas. Mas todo esse nariz de cera serve para mostrarmos que a vida mudaria, pero no mucho, com um sistema diferente de pontuação diferente.

Muito bem. Em todos os sistemas de pontuação, teríamos Lewis Hamilton como líder do campeonato. E, em todas as idéias mirabolantes aplicadas pela FIA no tocante aos pontos, chegaríamos a 21 de outubro com três pilotos brigando pelo título.

O grande beneficiado do ano com o sistema de 2003 é Fernando Alonso. Ele estaria em terceiro nas duas outras projeções. E, se nos sistemas anteriores de pontuação teria que vencer a prova para ser campeão, com este novo sistema pode conquistar o título com um terceiro lugar.

Já a vida de Kimi Raikkonen ficaria bem mais fácil, beneficiado pelas cinco vitórias conquistadas durante o ano. Seria o vice-líder, e precisaria vencer a prova e contar com a ajuda de seu escudeiro para ser campeão no sistema usado na década de 90. No sistema anterior, precisaria também da ajuda de outro piloto, o que dificultaria a sua vida.

Algumas curiosidades. A grande beneficiada do novo sistema é a Toyota. Se, no Mundial de Construtores, eles somam hoje 12 pontos, teriam apenas dois em qualquer um dos sistemas anteriores (um para cada bib..er... piloto – o editor).

Um piloto altamente cotado nesses dias de rumores da saída de Alonso da Mclaren~Mercedes, Nico Rosberg, teria apenas dois míseros pontos –e tomaria uma sova do seu companheiro de equipe, o aposentado Alexander Wurz. Não pegaria bem ser estraçalhado por um ancião, não é mesmo? (e, por outro lado, poderíamos dizer que o novo sistema traz justiça, já que Rosberg foi bem mais rápido do que Wurz. Mas isso é outro papo – o editor).

Pois bem. Aqui temos a tabela de pontuação atual (sistema de pontuação 10-8-6-5-4-3-2-1):
A tabela com o sistema usado na década de 90 (10-6-4-3-2-1):


E com o sistema usado até 1990 (9-6-4-3-2-1):


(OBS.: Clicando nas imagens, você poderá vê-las em resolução maior. Não precisa trocar o óculos. - o revisor)

(PS. Agradecimentos ao Charles - Gilles Villeneuve do FoVe, que deu a idéia para se fazer este levantamento. - o editor)